Foto: Reprodução/Folha de S.
Paulo
Por Clóvis Gonçalves
O advogado do lobista Fernando
Baiano, declarou nesta quarta-feira (19) que não há obra no Brasil se não
tiver um "acerto". Mário Oliveira Filho também disse que os
empresários detidos na Operação Lava Jato, que investiga esquemas de desvios de
dinheiro na Petrobras, são "vítimas da cultura política do país".
"O empresário, se porventura faz alguma composição ilícita com político
para pagar alguma coisa, se ele não fizer isso não tem obra. Pode pegar
qualquer empreiterinha e prefeitura do interior do país. Se não fizer acerto
[com políticos], não coloca um paralelepípedo no chão", disse o advogado,
que negou que seu cliente interditou pagamento de propina em obras da estatal.
Oliveira Filho também afirmou que Fernando Baiano não tem relações com o PMDB.
"Estão tratando ele como bode
expiatório. Ele é um empresário que descobre um problema de infraestrutura e
vai atrás da solução, vai atrás da empresa que tem a solução, recebendo uma
porcentagem absolutamente legítima disso. Dizem que ele é ligado ao PMDB.
Perguntei para ele e ele disse que não conhece o Renan Calheiros [presidente do
Senado], que nunca viu e que não tem ligação nenhuma com o PMDB", afirmou.
Fernando Soares, conhecido como Fernando Baiano, é apontado como o
operador do PMDB no esquema de corrupção na Petrobrás, que envolveria o
pagamento de propinas na compra da Refinaria de Passadena, no Texas (EUA),
movimentando cerca de R$ 10 bilhões. (Metro)